OPINIÃO | Coração, um depósito particular

Por Thomaz Gomes Loiola, diretor de Eventos do Arena*

De maneira consciente ou não, guardamos dentro de nós memórias. Nelas, estão incluídos pensamentos, sentimentos e percepções sensoriais. Paulo, por exemplo, percebeu que tinha pensamentos e motivos ocultos (I Corintios 4:1 a 5). Davi, por sua vez, pediu a Deus para que sondasse seu coração e tomasse conhecimento das ansiedades e caminhos maus escondidos (Salmos 139:23 e 24).

O Senhor nos conhece muito melhor que nós mesmos e diante Dele não há como nos apresentar com máscaras.

Infelizmente, o ser humano tem facilidade em passar pela galeria das memórias dolorosas, dos desenganos e frustrações. Nosso próprio Deus, quando necessário, permite que voltemos a experimentar em graus diferentes a dor armazenada em nosso coração. Dessa maneira, o Senhor nos concede a capacitação e benção do perdão para aqueles que nos ofenderam.

Lembro-me que em uma das mensagens ministradas pelo Pr. Josué Nunes de Lima, ele nos falou o seguinte: “nunca espere que a pessoa que te feriu te procure e, milagrosamente, peça perdão pelo mal que causou à sua vida. Clame ao nosso Deus para que Ele coloque o amor dele no seu coração. Dessa forma, você poderá perdoar de fato e ter a certeza de que a Paz que transcende a todo o entendimento invadirá o seu coração. Será uma experiência maravilhosa!”.

Ao apresentar ao Senhor uma ferida difícil de ser curada, Ele a toca, e, depois de algum tempo, a dor vai embora e não volta. No lugar, nascerá o amor, aceitação, ternura e encorajamento para seguir e ser testemunha viva do poder que Deus opera quando permitimos. Os fatos não são alterados como vemos em muitos filmes de ficção, mas a ferida não dói nunca mais. Pelo contrário: a marca fica para que possamos lembrar do fato e testemunharmos que com Cristo Jesus o que parece ser impossível, acontece.

Experiência com Deus não se explica. Vivemos e a cada dia aprendemos a ser mais dependentes do mestre, autor e consumador de nossa fé. Então, a vida cristã começa a ter um significado real e profundo em nossas vidas; passamos a entender melhor as pregações e louvores cantados por sabermos que os servos do Senhor são os que de fato podem passar por provações e saírem vitoriosos. Após as tempestades, vemos que nela tivemos sempre a companhia do nosso Pai eterno.


* Thomaz escreve para o blog na terceira semana de cada mês.